Fratura do rádio distal: diagnóstico, tratamento e recuperação
A fratura do rádio distal é uma das lesões mais frequentes nos ossos do antebraço, particularmente quando ocorre uma queda com as mãos apoiadas no chão. Esta forma de fratura atinge a parte final do rádio, que é o osso do antebraço mais perto do punho. Apesar de parecer simples, um tratamento impróprio pode resultar em complicações graves, como dor persistente, diminuição da mobilidade e deformidades.
Neste artigo, discutiremos como fazer o diagnóstico, tratar e assegurar uma recuperação eficaz da fratura do rádio distal. Leia mais!



Fratura do rádio distal
O que é a fratura do rádio distal?
A lesão conhecida como fratura do rádio distal acontece na parte mais próxima ao punho do rádio, um dos dois ossos longos do antebraço. Esta área é especialmente suscetível, pois é onde o osso é mais fino e está mais sujeito a impactos diretos. Devido à sua grande utilização para suporte e sustentação, particularmente em quedas, é comum que ela sofra fraturas.
Quais os tipos de fratura do rádio distal?
A fratura do rádio distal pode variar de acordo o padrão de ruptura, o deslocamento dos fragmentos ósseos e a extensão da lesão. Os principais tipos são:
- Fratura de Colles: Ocorre quando o osso é movido para a parte posterior.
- Fratura de Smith: Provoca um deslocamento para a frente.
- Lesões intra-articulares: A lesão se propaga até a articulação do punho.
- Fratura extra-articular: A fratura não afeta a articulação do punho.
- Fratura cominutiva: A fratura divide o osso em múltiplos fragmentos.
- Fratura exposta: O osso fraturado fica em contato com o meio externo devido a lesões na pele, aumentando o risco de infecção.
- Fratura relacionada à osteoporose: Acontece devido à vulnerabilidade óssea, mesmo diante de traumas leves.
Cada tipo de fratura exige um diagnóstico preciso e um tratamento personalizado, ajustado às necessidades específicas de cada caso.
Como a fratura do rádio distal ocorre?
Geralmente, essa fratura ocorre devido a traumas diretos ou forças exercidas sobre o punho. As principais causas de fratura do rádio distal são:

Acidente com apoio das mãos no solo: Quando alguém tenta se proteger de uma queda esticando os braços, o impacto se concentra no punho, sobrecarregando o rádio distal. Trata-se de uma das razões mais comuns, particularmente em indivíduos de idade avançada.

Acidentes de trânsito: Impactos mais intensos, como em batidas de automóveis ou quedas de motos, podem resultar em fraturas complexas nessa área.

Atividades esportivas: Esportes que exigem grande impacto, como skate, ciclismo e esqui, muitas vezes levam a quedas que exercem uma grande pressão nos punhos.

Osteoporose: Em pessoas idosas, a debilidade óssea eleva a probabilidade de fraturas, mesmo diante de traumas leves.

Força direta no punho: Bater diretamente ou esmagar a área também podem resultar em fraturas.
Quais os sinais de alerta para fratura do rádio distal?
Saber identificar os indícios de uma eventual fratura no rádio distal é importante para procurar assistência médica imediata e prevenir complicações. Entre os principais sintomas estão:
- Dor aguda: Experiência de dor intensa no punho ou antebraço, particularmente após uma queda ou choque.
- Inchaço e hematomas: Área do punho claramente inchada, ocasionalmente com hematomas.
- Deformidade no punho: Aspecto anormal ou desordenado, sinalizando a possibilidade de deslocamento do osso.
- Dificuldade de movimentação: Restrição na capacidade de mover o punho ou os dedos, frequentemente associada a fraqueza.
- Dormência ou formigamento: Sensibilidade alterada da pele, sugerindo uma possível lesão nos nervos adjacentes.
- Sensibilidade ao toque: Dor ao pressionar a região ao redor do punho.
Se você ou alguém próximo apresentar esses sintomas, busque imediatamente um médico especialista para um diagnóstico e tratamento adequado.
Diagnóstico e avaliação do grau da fratura
O diagnóstico da fratura do rádio distal inicia-se com uma análise clínica e é validada através de exames de imagem. Reconhecer o tipo e o nível da fratura ajuda a estabelecer o tratamento mais adequado e estimar o período de recuperação. As etapas do processo de diagnóstico são:
– Análise clínica: O especialista examina a história do trauma, os sintomas e avalia a função e a sensibilidade em um teste físico da região afetada.
– Radiografia (Raio-X): Permite identificar o ponto preciso da fratura, a posição dos fragmentos ósseos e a presença de danos articulares.
– Tomografia computadorizada (TC): Indicada em casos mais complexos, para analisar detalhes das articulações e fragmentos ósseos.
Avaliação do nível da fratura
Com base nos achados dos exames, o médico classifica a fratura para direcionar a terapia.
– Fratura estável: O osso mantém-se alinhado.
– Fratura instável: Os fragmentos ósseos exibem um significativo desalinhamento.
– Fratura relacionada a lesões de tecidos moles: Pode afetar nervos, tendões ou artérias.
Quais os tratamentos disponíveis para a fratura do rádio distal?
O manejo da fratura do rádio distal é determinado pelo tipo e gravidade da lesão, pela idade do paciente e pelo grau de exercício físico que ele realiza. As alternativas abrangem abordagens conservadoras (imobilização) e procedimentos cirúrgicos.
- Tratamento conservador
Indicado para fraturas estáveis, sem deslocamento significativo ou com alinhamento adequado após manipulação realizada pelo ortopedista.
Imobilização: Uso de gesso, tala ou órteses por 4 a 6 semanas para estabilizar o osso e permitir a cicatrização. Comum em fraturas extra-articulares ou pouco complexas.
Medicação: Analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a controlar a dor e reduzir o inchaço durante a recuperação.
- Tratamento cirúrgico
Sugerido para fraturas instáveis, que apresentam deslocamento considerável ou em situações complicadas, como fraturas intra-articulares ou cominutivas. As técnicas cirúrgicas disponíveis são:Fixação interna com placas e parafusos: Uma placa de metal é colocada diretamente no osso para garantir sua estabilidade. Utilizada frequentemente em fraturas com desalinhamento importante ou em pacientes ativos que necessitam de uma rápida recuperação funcional.


Placa de radio distal
Qual a importância da reabilitação para o retorno da funcionalidade?
A reabilitação é uma parte fundamental para a recuperação completa da funcionalidade do punho após uma fratura do rádio distal. A ausência de movimento durante a imobilização ou após a cirurgia pode resultar em rigidez articular, dor crônica e diminuição da força. A fisioterapia ou terapia ocupacional contribuem para evitar essas complicações, favorecendo a restauração da amplitude de movimento, resistência muscular e estabilidade do punho.
A reabilitação, além de prevenir a atrofia muscular, melhora a circulação sanguínea, acelerando a recuperação óssea e dos tecidos adjacentes. Métodos específicos, como exercícios de fortalecimento progressivo e mobilidade articular, são empregados para restabelecer a funcionalidade de maneira gradual, possibilitando que o paciente retome suas atividades cotidianas e profissionais.
Como prevenir complicações e reforçar a saúde óssea?
Um tratamento eficaz, seja cirúrgico ou conservador, com um acompanhamento médico periódico, faz com que o risco de complicações seja menor. A adequada reabilitação ajuda ainda mais a reduzir os desfechos desfavoráveis na fratura do rádio distal.
A realização de atividades físicas de baixo impacto, como caminhadas e treinos de resistência, promove o desenvolvimento dos ossos. Em pacientes com osteoporose ou outros fatores de risco, o tratamento médico pode abranger também o uso de medicamentos que fortificam os ossos e diminuem o risco de novas fraturas.
Juntamente com a adesão de práticas que incentivem a densidade óssea, como o consumo adequado de vitaminas e minerais que fazem toda a diferença para a saúde dos ossos.
O Dr. Lucas Macedo é membro do corpo clínico de cirurgia da mão do Instituto Torus, uma das maiores clínicas particulares de São Paulo. Foi médico assistente da equipe de ortopedia e cirurgia da mão do hospital universitário da USP – HU. Foi também preceptor da residência de cirurgia da mão e microcirurgia da universidade de São Paulo – USP. É membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM).
Especializado em cuidar das pessoas, com atendimento ético, humanizado e baseado nas mais atuais evidências científicas, o Dr. Lucas tem o objetivo de cuidar das mãos de seus pacientes.