Artroscopia de punho: uma técnica versátil para diversas patologias
Você já ouviu falar em artroscopia de punho? Esta técnica moderna e minimamente invasiva vem ganhando destaque no tratamento de diferentes problemas no punho. Se você sofre com dores ou limitações de movimento nessa articulação, a artroscopia pode ser a solução ideal. Por meio de incisões mínimas e uma câmera especial, é possível diagnosticar e tratar várias condições com alta precisão. Com cortes menores, a recuperação tende a ser mais rápida e menos dolorosa, facilitando o retorno às atividades do dia a dia.
Neste artigo vamos explicar de forma clara o que é a artroscopia do punho, como ela é realizada, suas principais indicações, benefícios, detalhes da recuperação e os avanços tecnológicos que estão moldando o futuro desse procedimento. Continue lendo para entender por que essa técnica tem sido tão versátil no cuidado do punho!

O que é a artroscopia de punho e como ela funciona?
A artroscopia de punho é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva que permite examinar e tratar a articulação com alta precisão. O ortopedista insere uma microcâmera (artroscópio) por pequenas incisões na pele, geralmente menores que 1 cm, o que evita cortes grandes e reduz o trauma local. Com o auxílio dessa câmera, o médico visualiza em tempo real os ossos, ligamentos e cartilagens do punho.
Durante o procedimento, o paciente recebe anestesia no braço e leve sedação. O punho é colocado em um dispositivo de tração suave, o que melhora a visibilidade entre os pequenos ossos. Assim, o cirurgião pode realizar correções no mesmo momento, como remover fragmentos, limpar áreas inflamadas ou suturar lesões.
Como as incisões são pequenas, há menos dor, inchaço e risco de infecção no pós-operatório. Além disso, a maioria das artroscopias é feita em regime ambulatorial, com alta no mesmo dia. Em resumo, trata-se de uma cirurgia por vídeo que une tecnologia, precisão e rápida recuperação.
Principais indicações da artroscopia de punho
A artroscopia é uma técnica versátil, indicada tanto para diagnóstico quanto para tratamento de diversas condições no punho. Entre as principais indicações, destacam-se:
Lesões ligamentares e instabilidades
Rupturas em ligamentos como o escafolunar são comuns após traumas, especialmente quedas com a mão aberta. Essas lesões causam dor e instabilidade, prejudicando os movimentos do punho. Com a artroscopia, o cirurgião pode visualizar a lesão diretamente e corrigi-la com mínima agressão aos tecidos. Também é possível tratar lesões do complexo fibrocartilaginoso triangular, aliviando dores ao girar o antebraço (movimento de prono-supinação).
Cistos sinoviais (ganglión)
Esses cistos são bolsas de líquido sinovial que se formam, geralmente, no dorso do punho. Embora benignos, podem causar dor, incômodo ou até compressão de nervos. A artroscopia permite remover o cisto e sua raiz com incisões mínimas, quase sem deixar cicatrizes. Isso reduz significativamente o risco de recidiva.

Fraturas intra-articulares
Em fraturas que envolvem a articulação, como as do rádio distal, a artroscopia facilita a visualização de fragmentos soltos e ajuda no realinhamento preciso dos ossos. Essa abordagem aumenta a chance de uma recuperação anatômica e reduz o risco de complicações, como artrose. Além disso, o procedimento é menos agressivo, o que favorece uma recuperação mais rápida.

Outras indicações
A artroscopia também é usada em casos de impacto ulnar, corpos livres na articulação, artrite reumatoide em fase inicial e infecções. Em cada uma dessas situações, o procedimento permite tratar o problema de forma direta e pouco invasiva, melhorando os sintomas e preservando a articulação.
Logo, a artroscopia do punho é uma ferramenta valiosa em diversas condições de lesões traumáticas a doenças inflamatórias. No entanto, a decisão pelo procedimento deve ser sempre avaliada por um especialista em mão e punho.
Benefícios da artroscopia no punho
A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva que oferece diversas vantagens em relação à cirurgia aberta. Ela permite tratar as lesões com menor trauma, proporcionando uma recuperação mais confortável e eficiente. A seguir, destacamos os principais benefícios:
Recuperação mais rápida e menos dolorosa
As incisões feitas na artroscopia medem entre 0,5 e 1 cm, o que reduz cortes em pele, músculos e cápsulas articulares. Como resultado, o pós-operatório costuma ser mais tranquilo, com menos dor e inchaço. Muitos pacientes conseguem retomar suas atividades diárias em menos tempo, inclusive esportes e trabalho. Essa recuperação acelerada melhora a qualidade de vida e reduz o tempo de afastamento.
Melhor resultado estético e menor agressão aos tecidos
As pequenas incisões geram cicatrizes quase invisíveis após a cicatrização completa. Além disso, por preservar melhor a anatomia, a artroscopia diminui o risco de aderências, rigidez e lesões nos tecidos ao redor. Tudo é feito por pequenos “furinhos”, sem necessidade de descolar músculos e tendões como na cirurgia convencional.
Menor risco de infecções e complicações
Por ser menos invasiva, a técnica reduz o risco de infecções e sangramentos. As incisões menores dificultam a entrada de microrganismos, e a manipulação interna é mais controlada. Ainda assim, a segurança do procedimento depende de uma técnica cirúrgica rigorosa e de cuidados adequados de assepsia.
Diagnóstico preciso com tratamento imediato
Outro grande diferencial da artroscopia é sua capacidade de diagnosticar lesões que exames de imagem nem sempre revelam. Ao explorar a articulação por dentro, o cirurgião identifica alterações sutis e pode tratá-las no mesmo momento. Isso evita múltiplas cirurgias e acelera o processo de resolução do problema.
Resumo dos benefícios
Em síntese, a artroscopia do punho permite:
- Recuperação mais rápida
- Menos dor no pós-operatório
- Cicatrizes discretas
- Menor risco de complicações
- Diagnóstico e tratamento na mesma sessão
Por isso, a técnica tem se tornado uma opção cada vez mais indicada para tratar lesões no punho de forma segura, eficaz e com mínimo impacto.
Recuperação e retorno às atividades
A recuperação após a artroscopia do punho varia conforme a lesão tratada. Em casos simples, como remoção de cistos, pode nem ser necessária imobilização. Já em reparos ligamentares ou fraturas, o uso de tala é comum por alguns dias ou semanas.
Movimentos leves geralmente começam entre 24 e 48 horas, com liberação médica. A fisioterapia ou terapia ocupacional é essencial para evitar rigidez e recuperar a força. Atividades leves, como dirigir e digitar, costumam ser retomadas em até duas semanas. Já esportes de impacto exigem mais tempo, geralmente próximo de 8 semanas.
Cuidados básicos como manter o curativo seco, usar tipoia quando indicado e comparecer às consultas de revisão ajudam na boa recuperação. Complicações são raras, mas sintomas como febre ou dor intensa devem ser avaliados.
Portanto, a artroscopia permite retorno rápido às atividades, com menos dor e boa recuperação funcional quando o pós-operatório é seguido corretamente.
Avanços na tecnologia e o futuro da artroscopia de punho
A artroscopia de punho está em constante evolução. No passado, essa técnica era comum apenas em articulações maiores, como joelhos e ombros. No entanto, o punho, por ser uma articulação pequena e complexa, com oito ossos e vários ligamentos, levou mais tempo para se beneficiar dessas inovações.
Hoje, a realidade é diferente. Graças ao avanço tecnológico, já contamos com câmeras miniaturizadas e instrumentos delicados, projetados especialmente para a anatomia do punho. Para efeito de comparação: enquanto no joelho utiliza-se um artroscópio do tamanho de um lápis, no punho a câmera tem o diâmetro de um canudo fino, mas com altíssima resolução de imagem.
Nanoscopia: o futuro já começou
Uma das inovações mais promissoras é a nanoscopia do punho, uma versão ainda menos invasiva da artroscopia tradicional. Utilizando câmeras tão finas quanto uma agulha, já é possível realizar artroscopias diagnósticas em consultório, apenas com anestesia local. Os profissionais utilizam essa técnica para avaliar pequenas lesões, como cistos ou alterações na superfície articular, de forma rápida e confortável para o paciente.
Ferramentas mais precisas, cirurgias mais eficazes
Além das câmeras, os instrumentos também evoluíram. Lâminas motorizadas e microferramentas específicas para o punho permitem cortes e suturas extremamente precisos. A iluminação e a qualidade de imagem também melhoraram significativamente. Hoje, o cirurgião consegue enxergar o interior do punho com nitidez ampliada, identificando detalhes que antes passariam despercebidos.
Mais doenças tratadas por vídeo
Com esses avanços, o número de doenças tratáveis por artroscopia de punho cresce de forma acelerada. Os médicos agora conseguem realizar por vídeo cirurgias que antes exigiam cortes grandes. Um bom exemplo é o tratamento da rizartrose, uma artrose na base do polegar. Nas fases iniciais, os médicos já conseguem remover fragmentos soltos de cartilagem e aliviar a dor por meio da artroscopia.
O que vem pela frente
O futuro da artroscopia de punho pode incluir tecnologias como realidade aumentada, auxiliando o cirurgião durante o procedimento, e até sistemas robóticos, que realizam movimentos ultrafinos com ainda mais precisão. Embora pareçam ideias futuristas, essas soluções já estão em estudo em centros especializados em cirurgia minimamente invasiva.
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O Dr. Lucas Macedo é membro do corpo clínico de cirurgia da mão do Instituto Torus, uma das maiores clínicas particulares de São Paulo. Foi médico assistente da equipe de ortopedia e cirurgia da mão do hospital universitário da USP – HU. Foi também preceptor da residência de cirurgia da mão e microcirurgia da universidade de São Paulo – USP. É membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM). Especializado em cuidar das pessoas, com atendimento ético, humanizado e baseado nas mais atuais evidências científicas, o Dr. Lucas tem o objetivo de cuidar das mãos de seus pacientes